Largado! É assim que o computador pessoal de várias pessoas ficou depois que compraram o iPhone. Entretenimento e trabalho: resolve a maioria das coisas que se precisa com ele. O lançamento do iPad foi afetando aos poucos a vida de quem o comprou. Foram feitas comparações entre ele e diversos devices, como o iPhone, o Kindle e os notebooks.
Quando ele chegou, muita gente acabou deixando uma midia muito importante fora dessa comparação: os veículos impressos. Ao compararmos com uma revista ou jornal, praticamente não há mudança de consumo. E por mais paradoxal que pareça, esta “não mudança” é que é revolucionária. O iPad é um misto de digital com “real” e a maior diferença é que possui maior praticidade do que qualquer outro veículo de comunicação.
Os principais veículos impressos já estão criando a sua versão para iPad – The Wall Street Journal (WSJ), Reuters, USA Today, BBC, Men’s Health, entre outros. O WSJ, por exemplo, já apresenta resultados bem bacanas. Dos “primeiros” 1 milhão de donos de iPad, o serviço já foi contratado por mais de 64 mil pessoas. E isso, em apenas um mês de disponibilidade na App Store, embora muitos deles possam ter ficado apenas na edição gratuita que está sendo oferecida como “degustação”.
Mas… como o conteúdo “migra” para o iPad?
Em relação ao formato, ele não deve ser um “print screen” do jornal, mas também não precisa ser um site. O mais interessante é manter o formato do jornal adicionando a interatividade que o aparelho pode proporcionar. Podemos ver os vídeos da notícia, comentar, ver galerias de fotos, ouvir podcast e músicas.
Com a instantaneidade, o conteúdo passará de frio e geral, para quente e segmentado. Outro fator que deve ser levado em consideração para a produção de conteúdo deste “novo jornal” é a localização. É como se estivéssemos falando do mobile, só que com a tela grande! Podemos identificar onde o usuário está e oferecer conteúdo diferenciado para ele. O mesmo vale para a publicidade no iPad.
A quantidade de aplicativos baixados entra na tiragem de determinado veículo, ou nos pageviews do site? Quanto custa esse anúncio?
Teoricamente, no iPad ele deveria ser mais caro. Ele é mais rico, interativo e proporciona maior engajamento. Mas na prática não se sabe como será. No começo pode até ser oferecido como bonificação. Mas se os anunciantes utilizarem esta mídia (mesmo que como bonificação), terá que ser aproveitada da melhor maneira possível.
A criatividade na peça é crucial, pois no iPad o “anúncio de jornal” leva o consumidor para algum lugar. Diferente do mobile, não é necessário criar um site específico para iPad, mas no mínimo é interessante ver como o seu site fica no aparelho. Vale a pena lembrar que o iPad não aceita Flash.
Hoje, a maioria das publicidades levam as pessoas para um vídeo no Youtube. Isso mostra que os anunciantes sabem o que estão fazendo (já que não direcionam a publicidade para um site em Flash – fato que acontece constantemente em mobile), mas, ao mesmo tempo, dá uma sensação de que foi feito de última hora, do tipo “Surgiu uma oportunidade. Vamos anunciar no iPad?”. Isto é natural, já que toda nova mídia “exige” sempre uma fase de adaptação dos anunciantes e agências.
A pergunta mais interessante é: determinada verba publicitária entrará para os jornais e revistas ou para a internet? Façam suas apostas.
Ariana Monteiro Analfio
Ariana Monteiro Analfio
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